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Aconchego

Sou toda forma e prosa. E caminho por estradas e estrelas e nada. Assim encontro minha vida, porto seguro, caminho do mundo. Gosto de vô, olhar de café, cheiro de amor. Porque em mineirês faço e me desfaço e possuo o privilégio provinciano. Família, sentimento, mãos dadas, reencontro. E assim sigo a memória esqueço a aurora e me encho de quadrilha. Poesia. E volto em metades, me encontro no colo e me esqueço no inteiro. Porque entre mim e meu afeto há vastidões de aconchego.
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Coexistência

Eles são a necessidade das coisas a coerência da essência o codinome dos vértices. E eis que permanecem perdidos em tumbas petrificadas, na companhia de selva do álcool. Porque a minha língua é a sua sombra e me canso de procurar as minhas incansáveis palavras em passos. Se algo me esquece? Talvez. Estou apenas abrigado em asas de sujeito, ao redor do objeto, acabando-me no verbo. Amar. Ora, se o amor não me inspirasse não me perderia nos encantos eróticos de Bocage ou no fogo mórbido de Byron. Pois são nos meus males, lágrimas e mágoas que busco os meus louvores tão fúnebres... Ainda não sou lúgubre, mas o prazer que me inspira apresenta-me a queixa, o sacrilégio, a morte. Seus lábios são furtivos me enchem de martírios e minhas mãos agora acordam. Sim, se não fossem meus versos não mergulharia em amor insaciável e nem tocaria o cheiro de sua face. Hei de parar de escrever. Estou perdido em estrofes tácitas, que me co

bicHO.

E ele estava perdido em meio aos retalhos e juntava os atalhos. O homem - que quis ser bicho - agora era nômade e aclausurava-se em caminhos de verdade. E o bicho já não era mais homem e rompia ...roucos ....rodopios .....INERTES. O pequeno homem cansou-se de ser grande. E embriagava-se de sangue e afundava-se em vodca. E perdeu o brilho. E ganhou o medo. E encontrou a luz. Eis que ele, bicho homem pequeno grande achou-se no espaço. VAZIO.

(Des)encontros

Sinto-me. Descaso-me de abalos, Despida em pudores. Perco-me. Em seus dias, em seus montes, em seu corpo. O sufoco enaltece o desembalo de amor. E nesse embalo (antes chamado você) Destruo-me, encontro-me, acabo. E não me (des)faço. Seus edifícios se encontram em esculturas Talhadas a me perdoar, a me negar, a me aceitar. E seus nós, que me enchem de armadilhas. E seus nossos, que me destroem em harmonias. Seus, nossos, nós. Juntos, presos, perdidos. Armados a serem únicos, Perdem o acaso de meu caso E novamente me (des)encontro. Em seu descaso.

Ser

O ser está incansável de seres que sereiam sem chegar a ser. O medo está cheio de flores brotando em sustos esplêndidos. (Des)entendo. Há algo que não devia Ser. As calçadas estão desprezíveis com seus passantes, cantantes, alvejantes. Mundo. Este, que outrora fora vasto, agora derrama-se em seres. Mortos. Vivos. Desintegrados. Perderam a chance de ser as raras notas que ainda sereiam. Quero (não) ser.

Horizonte

Silêncio. Meus atos estão cheios de acaso e quase me calo nos casos de ignorância. Os mortos estão na lama e amoleço na transparente transfusão de traços. Estamos (des)cobrindo os pedaços? Os miseráveis estão infindáveis e amanhecem crepúsculos duros remotos. Estou nos vestígios do abandono. Enquanto cresço em idades os perdidos amolecem em pedaços secos. Não há remissão. Se estou preso? Não. Estou solto em ausências... O tempo seca-me em amplitude. Os retratos são imersos: Nós(sos). Submersos. Em mim.

Versos

Te amo em cada silhueta em luvas de miséria nos sóis de meio-dia. Suas pernas são dias nublados e quase me perco em suas nuvens de aroma. (Des)Afogo minhas mágoas. Milhões de vagalumes se debatem em misericórdia. Deserto. O sonho está aberto e a música tem cheiro de vozes. Estou acendendo suas luzes buscando o encontro sucumbindo ao poema. O (in)verso do amor me desliga do espelho e afogo e desafogo nos acasos de Balzac. Sou eu que estou jogando as cartas em versos e anversos. Te escrevo em linhas Não me canso de buscar seus dedos de chuva que são como velas perdidas no desenho do vazio. Amo porque te amo e estou preso no desejo. Dê-me suas mãos. O dia está cheio de janelas e de frio.

Reticências

Chegou em casa e abriu a porta. Deitou-se na cama e esperou. E dormiu e sonhou e acordou. Perdeu-se em opostos, impostos, antepostos. Foi embora sem encontrar o que procurava. E morreu perdida no espaço. Saudade.