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Horizonte

Silêncio.
Meus atos estão cheios de acaso
e quase me calo
nos casos de ignorância.
Os mortos estão na lama
e amoleço
na transparente transfusão de traços.
Estamos (des)cobrindo os pedaços?
Os miseráveis estão infindáveis
e amanhecem crepúsculos duros remotos.
Estou nos vestígios do abandono.
Enquanto cresço em idades
os perdidos amolecem em pedaços secos.
Não há remissão.
Se estou preso?
Não.
Estou solto em ausências...
O tempo seca-me em amplitude.
Os retratos são imersos:
Nós(sos). Submersos. Em mim.

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