Pular para o conteúdo principal

Reticências


Chegou em casa e abriu a porta.
Deitou-se na cama e esperou.
E dormiu
e sonhou
e acordou.
Perdeu-se em opostos, impostos, antepostos.
Foi embora sem encontrar o que procurava.
E morreu perdida no espaço.
Saudade.

Postagens mais visitadas deste blog

Coexistência

Eles são a necessidade das coisas a coerência da essência o codinome dos vértices. E eis que permanecem perdidos em tumbas petrificadas, na companhia de selva do álcool. Porque a minha língua é a sua sombra e me canso de procurar as minhas incansáveis palavras em passos. Se algo me esquece? Talvez. Estou apenas abrigado em asas de sujeito, ao redor do objeto, acabando-me no verbo. Amar. Ora, se o amor não me inspirasse não me perderia nos encantos eróticos de Bocage ou no fogo mórbido de Byron. Pois são nos meus males, lágrimas e mágoas que busco os meus louvores tão fúnebres... Ainda não sou lúgubre, mas o prazer que me inspira apresenta-me a queixa, o sacrilégio, a morte. Seus lábios são furtivos me enchem de martírios e minhas mãos agora acordam. Sim, se não fossem meus versos não mergulharia em amor insaciável e nem tocaria o cheiro de sua face. Hei de parar de escrever. Estou perdido em estrofes tácitas, que me co

Horizonte

Silêncio. Meus atos estão cheios de acaso e quase me calo nos casos de ignorância. Os mortos estão na lama e amoleço na transparente transfusão de traços. Estamos (des)cobrindo os pedaços? Os miseráveis estão infindáveis e amanhecem crepúsculos duros remotos. Estou nos vestígios do abandono. Enquanto cresço em idades os perdidos amolecem em pedaços secos. Não há remissão. Se estou preso? Não. Estou solto em ausências... O tempo seca-me em amplitude. Os retratos são imersos: Nós(sos). Submersos. Em mim.