Te amo em cada silhueta
em luvas de miséria nos sóis de meio-dia.
Suas pernas são dias nublados e
quase me perco em suas nuvens de aroma.
(Des)Afogo minhas mágoas.
Milhões de vagalumes se debatem em misericórdia.
Deserto.
O sonho está aberto
e a música tem cheiro de vozes.
Estou acendendo suas luzes
buscando o encontro
sucumbindo ao poema.
O (in)verso do amor
me desliga do espelho e afogo e desafogo
nos acasos de Balzac.
Sou eu que estou jogando as cartas
em versos e anversos.
Te escrevo em linhas
Não me canso de buscar seus dedos de chuva
que são como velas perdidas no desenho do vazio.
Amo porque te amo e estou preso no desejo.
Dê-me suas mãos.
O dia está cheio de janelas e de frio.